Plutão Primeiro vem as Parcas, divindades controladoras da vida, anunciar a hora derradeira ao mortal perplexo ante os últimos instantes de vida.

Depois as Queres. Cercam a vítima, apavoram-na. Debilitam-lhe corpo e alma, sangram-na com as unhas e bebem-lhe todo o sangue. Derrotam-na.

A alma sem carne desce ao fundo da Terra, sombrio reino de Plutão. Atravessa lúgubre rio na barca de Caronte, que a transporta para a morada definitiva.

A soturna viagem leva-a por uma paisagem escura e morta onde, imersas nas trevas, almas cabisbaixas percorrem, em total desalento, o tempo interminável.

A barca chega a seu destino. O passageiro posta-se frente aos juízes e a dois caminhos: o Tártaro, suplício eterno dos maus e para os Campos Elísios, eterno prêmio dos justos. O Tribunal decidirá seu rumo. Diante da alma apresentam-se os juízes : Minos, Éaco e Radamanto.

Por último surge Plutão, juiz os juízes. Senhor das sombras e dos mortos, invisível atravéz de seu capacete mágico, observa. O vermelho das vestes destaca-se no fundo das trevas de seus domínios. Não ostenta ornamentos, porém. Não chora nem sorri. No rosto pálido, esquecido da luz, carrega apenas a cansada indiferença de quem já se cansou de pronunciar a palavra final.

Netuno Ilha de Naxos. Uma bela manhã de muito sol e céu azul. Netuno percorre seus domínios, contente e distraído. De repente, detêm os cavalos. Pára deslumbrado. Ante seus olhos desenrola-se um espetáculo : sobre as areias, dançam alegremente as formosas Nereidas, ninfas filhas de Dóris e Nereu, o velho do mar.

Do grupo destaca-se Anfitrite. E sobre ela demora-se o olhar do deus. O encanto da ninfa arrebata-o. Descendo do coche, Netuno caminha pela areia. Aproxima-se das jovens. E, levado pelo intenso amor que subitamente o invade, tenta tomar Anfitrite em seus braços. A donzela esquiva-se, graciosa e tímida. A passos leves e ágeis, corre em direção do mar, e rapidamente mergulha.

Netuno persegue-a pelas águas, pelas grutas marinhas, pelas ilhas. Sem conseguir alcançá-la, retorna ao palácio e manda um Delfim procurá-la. Esperto e rápido, o emissário do deus, ao termo de algumas horas, encontra a Nereida. Calmamente, convence-a a acompanhá-lo e aceitar as propostas de Netuno. O deus quer transformá-la em sua esposa muito amada. Em rainha do mar.

No palácio de ouro, festivo e engalantado, realizam-se as bodas. Ao lado do marido, Anfitrite sorri feliz para seus súditos.

Netuno sempre sai para percorrer seu vasto domínio do mar. Acompanhando o soberano, seguiam alegremente as belas Nereidas, os Centauros marinhos, os espertos delfins e as graciosas ninfas. Depois retornavam todos ao palácio, entre cantos e risos de contentamento. Ao vê-los chegar, Anfitrite sorri satisfeita e, erguendo os belos olhos para o alto, mudamente agradece aos deuses do Olimpo e roga-lhes que para sempre favorecessem o esperto delfim causador de tão intensa felicidade.



 

Conversão de nomes ...
Latim Grego
Netuno
Parcas
Plutão
Poseidon
Moiras
Hades