Atlas Os Olímpicos venceram, Saturno e seus seguidores foram derrotados. Vitoriosos e cheios de orgulho, os olímpicos comemoram : são eles que comandam o mundo. Enquanto suas vozes inundam os quatro cantos do mundo, os derrotados Titãs gemem de dor na escuridão do Tártaro. Condenados a arrastar as próprias sombras por todos os séculos vindouros, como vermes, como doentes, choram um tempo perdido em que podiam lutar e espalhar sua força pelo mundo.

Nem todos os Titãs, entretanto, receberam a mesma pena. Para Atlas os deuses reservaram outra espécie de suplício. Mandaram-no até o país das Hespérides, extremo ocidente do mundo, onde todos os dias se acabavam e, ali, impuseram-lhe terrível tarefa : suportar nos ombros o peso do mundo.

Carregando a abóbada celeste com cuidado e ódio, durante a sua vida Atlas viveu o cansaço da condenação.

Centauros Ixião nunca fora esquecido pelo povo da Tessália, ele havia matado a sangue frio o próprio sogro. Os habitantes do lugar tentaram eliminá-lo. Mas ele escondeu-se. Então exigiram que se exilasse, para nunca mais retornar.

Ixião vagou por toda Grécia, por todos os lados jamais encontrou paz: tão logo o reconheciam, expulsavam-no. Até que Júpiter apiedou-se dele e convidou-o para viver no Olimpo. Ao invés de agradecer àquele que lhe dera hospitalidade, Ixião continuou seguindo seus descontrolados impulsos e apaixonou-se por Juno, a bela esposa do soberano divino, rainha de homens e deuses.

Confessou seu amor à deusa. Ela, fiel, correu a contar ao marido. E este, irado, imaginou um ardil plano para punir Ixião. Confeccionou então, num pedaço de nuvem, uma figura idêntica a Juno. Cuidadosamente moldou o mesmo rosto sóbrio, os mesmos traços delicados.

Ixião nem acredita no que vê: Juno, sua amada, a oferecer-se apaixonadamente. Entrega-se à posse, com arrebatamento, pensando ter vencido Júpiter e a fidelidade inexpugnável de sua bela esposa.

Assim, da união terrível de uma nuvem transformada em mulher e um homem que não conhecia o respeito, nasceu um monstro: Centauro, ser meio humano, meio animal. Logo depois Ixião foi atirado ao Tártaro enquanto os deuses gargalhavam. Juno sorria, com ódio discreto.

Centauro, deixado sozinho no monte Pélion, gerou, com uma égua, uma criança, dando início à espécie dos Centauros. Do alto do Olimpo, Néfele, a mulher de nuvem, desfaz-se em pranto.

Gigantes Terra, a grande mãe, sofria com a prisão dos Titãs, seus filhos, depois da batalha com os olímpicos. Chamou então os Gigantes, também nascidos de seu ventre, e pediu-lhes que afrontassem o Olimpo.

Dotados de força descomunal e protegidos por muitos artifícios mágicos, os Gigantes eram quase invencíveis. Por vontade do destino, só poderiam morrer quando um deus e um mortal os atacassem simultaneamente.

Sabendo do ataque que se configura, os três grandes irmãos olímpicos preparam as armas: Júpiter tem a égide e o raio. Netuno, o tridente. Plutão, o capacete mágico que o torna invisível. Depois reúnem sob seu comando os outros deuses. E por fim, para preencherem as condições do Destino quanto à morte dos gigantes, chamam Hércules, o corajoso mortal, que acorre para ajudá-los.

Apolo e Diana com suas flechas, Baco com o tirso, Hécate com tochas, Vulcano com projéteis de ferro incandescentes, as Parcas com maças de bronze - a guerra estava pronta.

Em Flegra, na Macedônia, onde haviam nascido, os Gigantes erguem as lanças e mostram seus imensos corpos protegidos por fulgurantes armaduras. Têm a barba cerrada e uma expressão decidida no olhar. Alcioneu e Porfirião comandam o ataque : gritam e atiram contra o céu rochedos e árvores em chamas. Ilhas afundam, Rios desaguam. Montanhas tremem. Tudo se abala diante da prodigiosa força, É a revolução.

Mas os Gigantes encontram apenas a humilhação e a derrota e no fim acabam junto aos Titãs, nas profundezas do inferno.



 

Conversão de nomes ...
Latim Grego
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Hércules
Juno
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