Baco Mais uma vez traindo Juno, sua esposa e irmã, durante várias noites Júpiter amou Sêmele, princesa tebana. E, como prova de afeto, jurou-lhe pelas águas sangradas do rio Estige realizar qualquer um de seus desejos.

Ao descobrir a traição e o juramento, Juno procurou a princesa e, sabendo que nenhum mortal sobreviveria à visão divina, aconselhou-lhe pedir a Júpiter que se mostrasse a ela em seu verdadeiro aspecto.

Assim, pois, cumprindo a promessa, Júpiter atendeu o pedido da princesa. E mal apareceu em toda sua glória, o palácio incendiou-se e Sêmele morreu entre as chamas. A jovem, contudo, levava no ventre um filho de Júpiter. Auxiliado por Vulcano, o deus arrancou-lhe a criança e costurou-a em sua própria coxa, para que ali completasse a gestação. chegando o momento, o pequeno rasgou a carne paterna e saiu a vida. Era Baco.

Baco e sua ascensão ao Olimpo Sempre a lembrança de Sêmele acompanhava o deus. Com tal freqüência e tão grande intensidade pensava em sua mãe que um dia resolveu procurá-la para conduzi-la com honras e pompas de deusa ao Olimpo.

A princesa tebana encontrava-se no lúgubre e sombrio mundo dos mortos, onde reinava o taciturno Plutão, senhor dos Infernos, e Prosérpina, sua divina esposa. Assim, para lá partiu Baco, empreendendo sua última viagem. Com Plutão, nada falou sobre seu intento, pois contava com segura recusa. Preferiu dirigir-se à linda Prosérpina, a quem prodigalizou palavras doces e ricos presentes, que lhe valeram obter Sêmele de volta.

Mal tocou a mão da princesa, Baco sem demora abandonou as tristes sombras das Terras Infernais, indo para o templo de Diana, onde por algum tempo se refugiou da perseguição de que Plutão, furioso e vingativo, lhe movia. Por fim, acalmada a fúria do senhor dos Infernos, abandonou o esconderijo e tomou caminho do Olimpo.

Ao transpor os limites dos deuses, julgou prudente chamar sua mãe de Tione, para desse modo não suscitar a cólera da ciumenta Juno, à qual o nome Sêmele denunciaria a antiga rival, já duramente castigada. Enquanto introduzia a mãe na comunidade divina, o próprio Baco, pela força do vinho, adquiria finalmente o direito de privar das honrarias dos seres olímpicos. E tão importante se tornou entre eles que, sem encontrar a menor resistência nem provocar desagrados, expulsou Vesta, a deusa do lar, de seu posto junto a Júpiter, e ocupou esse lugar privilegiado, firmando-se para sempre como divindade.

Vesta Parada, fria, Vesta observa o movimento das ondas do mar. Nada sente: nem amor, nem medo, nem remorso. Toda a sua vida fora feita de castidade : ela fizera voto de manter-se pura e solitária. Jamais oferecera de si o corpo, a alma, o riso ou a compaixão.

Em seu espírito vive um poderoso abismo, sem imagens, cores ou respostas. Não há nela emoção alguma. Os homens honram-na. Oferecem-lhe sacrifícios. Oram para que lhes proteja a família e o lar. E ela, que nunca teve família nem lar, atende suas preces.

Preservadora da castidade, é a mais velha das filhas de Saturno e Cibele. Seu pai é o deus do tempo. Mas Vesta não aprendeu com ele a insone cavalgada dos homens, em busca da paixão. Apolo amou-a. Mas nem com toda sua luz conseguiu conquistá-la. Netuno também a amou. Porém as ondas do mar não provocaram na fria deusa nenhuma espécie de sensação poética, nenhuma nostalgia, nenhum desejo.

Em todas as casas, em todos os Estados, no cerne de todas as instituições, Vesta, a casta deusa, jamais se corrompeu pela paixão. Mas sua memória conferiu às criaturas o sentimento de segurança e pureza que elas precisavam para reger suas vidas. Vidas sôfregas e violentas, feitas de amor e ódio, de dor e alegria, de procuras e desencontros.



 

Conversão de nomes ...
Latim Grego
Baco
Cibele
Diana
Juno
Júpiter
Netuno
Plutão
Prosérpina
Saturno
Terras Infernais
Vesta
Vulcano
Dioniso
Reia
Artemis
Hera
Zeus
Poseidon
Hades
Perséfone
Cronos
Érebo
Héstia
Hefestos